Opiniões Viniou
O vinho TAPADA DE COELHEIROS 1991 é um testemunho do grande potencial dos vinhos tintos do Alentejo. Proveniente de uma das propriedades mais emblemáticas da região, esta cuvée tinto mistura diferentes castas características do terroir alentejano, tendo como base provável a combinação de Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet e possivelmente Cabernet Sauvignon, uma mistura comum nos vinhos de Coelheiros dessa época. O ano de 1991 ficou marcado por condições climáticas equilibradas, permitindo maturação ideal das uvas e originando um vinho com estrutura e elegância. O processo de vinificação tradicional, com estágio em madeira, conferiu-lhe complexidade aromática, evoluindo ao longo dos anos para notas de frutos secos, couro, especiarias e uma subtil envolvência de tabaco e terra.
O Alentejo, situado no sul de Portugal, é uma das regiões vinícolas mais reconhecidas do país. Caracteriza-se por um clima mediterrânico com influências continentais, onde os verões são quentes e secos, promovendo uma maturação ideal das uvas. Os solos são predominantemente de xisto, granito e argila, proporcionando vinhos ricos e robustos. Apesar de a tradição vinícola da região remontar à época romana, foi nas últimas décadas que o Alentejo ganhou especial destaque internacional, conjugando tradição e inovação tecnológica. A combinação destes fatores proporciona vinhos com grande expressão aromática, estrutura e potencial de guarda, como demonstra este TAPADA DE COELHEIROS 1991.
Ao considerar harmonizações, este vinho revela-se excelente companheiro de pratos regionais do Alentejo, como o ensopado de borrego, o javali estufado ou migas com carne de porco. A sua complexidade aromática casa bem também com caça minor, queijos curados e pratos de cogumelos silvestres. O perfil estruturado e evoluído do vinho pede pratos ricos e intensos, sendo versátil o suficiente para acompanhar carnes vermelhas assadas ou em pratos guisados.
Para uma degustação ideal, aconselho decantar o vinho cerca de uma hora antes de servir, permitindo um arejamento e a libertação de notas mais subtis. A temperatura recomendada para servir este vinho é entre 16-18°C, valorizando a expressão dos aromas terciários e a sua delicada complexidade adquirida com o envelhecimento.
