Opiniões Viniou
O Tapada do Chaves Reserva 1968 é um vinho tinto de referência na região do Alentejo, uma das mais emblemáticas propriedades vinícolas da zona. Produzido com um blend da tradicional cuvée Tapada do Chaves e Frangoneiro, este vinho exibe o caráter das castas autóctones do Alentejo e o saber clássico da vinificação portuguesa dos anos 60. O ano de 1968 foi marcado por condições climáticas propícias à maturação lenta das uvas, favorecendo a complexidade aromática e uma excelente capacidade de envelhecimento em garrafa. A vinificação tradicional, aliada ao envelhecimento prolongado em casco e posterior afinação em garrafa, permitiu criar um vinho estruturado, rico em taninos sedosos e com uma boca profunda, onde se destacam notas resinosas, fruta preta seca, toques de couro e especiarias, aliados a uma elegância do tempo.
O Alentejo, situado no sul de Portugal, é conhecido pelo seu clima quente e seco, com verões prolongados e invernos suaves, condição que permite às vinhas uma maturação plena. Os solos variam entre argilo-calcários e xistosos, conferindo aos vinhos da região uma frescura inesperada e uma mineralidade subtil. Historicamente, o Alentejo produz vinhos desde a época romana, sendo a Tapada do Chaves reconhecida como um dos grandes clássicos que ajudaram a consolidar a reputação da região no mapa vinícola português.
Para harmonizar com o Tapada do Chaves Reserva 1968, sugerem-se pratos ricos e com estrutura, como um tradicional cabrito assado no forno, caça de penas, enchidos alentejanos ou queijos de ovelha curados da região. Uma açorda de perdiz ou um ensopado de borrego também farão justiça à complexidade do vinho, reforçando a ligação ao terroir.
Na degustação, aconselha-se decantar cuidadosamente este vinho, dado o seu envelhecimento, para separar eventuais sedimentos naturais. A temperatura ideal de serviço situa-se entre 16-18°C, permitindo que se expressem todas as nuances aromáticas e a riqueza gustativa acumulada ao longo das décadas. Servido nestas condições, revela toda a sua complexidade, classe e o verdadeiro espírito do Alentejo.
