Vinhos Bairrada ALIANÇA - VINHOS DE PORTUGAL - CAVES ALIANÇA GARRAFEIRA - 1972

Opiniões Viniou

O vinho em questão, ALIANÇA Caves Aliança Garrafeira 1972, é um tinto seco proveniente da região da Bairrada DOC, uma das mais prestigiadas denominações de origem controlada de Portugal. Este vinho foi produzido pela reconhecida casa Aliança Vinhos de Portugal, fundada em 1927 e famosa pelo seu compromisso com a qualidade e tradição. A cuvée Garrafeira indica uma seleção especial de colheitas, com envelhecimento prolongado em cave, trazendo grande complexidade, elegância e um perfil particularmente longevo. Sendo um vinho de 1972, estamos perante uma raridade, que revela a fantástica capacidade de envelhecimento dos tintos bairradinos, tradicionalmente elaborados sobretudo com a casta Baga, possivelmente complementada por variedades típicas como Touriga Nacional ou Tinta Roriz. O processo de vinificação envolveria certamente uma fermentação tradicional e uma longa maturação em madeira, conferindo-lhe estrutura e potencial de guarda.

A Bairrada situa-se entre Aveiro e Coimbra, a poucos quilómetros do Atlântico, o que condiciona fortemente o seu clima, marcado por invernos húmidos e verões amenos, favorecendo a maturação lenta das uvas. Os solos são compostos predominantemente por argilas calcárias e alguma areia, proporcionando frescura, acidez e capacidade de retenção. Esta região tem uma longa história vinculada à casta Baga, que oferece vinhos de cor intensa, taninos firmes, aromas complexos de fruta preta, terra húmida, cogumelos e notas evoluídas de couro e especiarias com a idade.

Para acompanhar um vinho com estas características e este grau de evolução, sugerem-se pratos de sabor intenso e alguma gordura, típicos da tradição bairradina, como o famoso leitão assado à Bairrada, cabrito assado no forno, ou enchidos fumados e queijo curado. Pratos de caça com molhos ricos também serão excelentes companheiros, tal como cogumelos selvagens ou pratos à base de trufa, que harmonizam com as notas terciárias do vinho.

Dado o seu carácter evoluído e sofisticado, recomenda-se decantar cuidadosamente este tinto para separar eventuais sedimentos, e servi-lo a uma temperatura entre 16°C e 18°C, em copos amples, para permitir a plena expressão dos seus aromas complexos e textura aveludada. Desfrute de um clássico português com toda a reverência que merece.