Opiniões Viniou
O vinho em questão é um tinto seco da prestigiosa Adega Cooperativa de Borba, na região do Alentejo, elaborado com uvas selecionadas na colheita de 2011. Trata-se de uma cuvée reserva, normalmente composta por castas autóctones como a Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet e Castelão, que são emblemáticas desta zona vitivinícola. Estes vinhos são frequentemente sujeitos a estágio prolongado em barricas de carvalho, o que lhes confere estrutura, complexidade e grande capacidade de envelhecimento. O perfil aromático sugere frutos vermelhos maduros, compota de ameixa, notas de especiarias, tabaco e couro, com taninos já polidos pela evolução em garrafa e um final de boca elegante e persistente.
O Alentejo, vasta região do sul de Portugal, apresenta um clima marcadamente mediterrânico, com verões longos e quentes e invernos amenos, favorecendo a maturação completa das uvas. Os solos variados – que vão do xisto ao granito, passando por argila e areia – contribuem para a diversidade de estilos, embora seja comum encontrar tintos macios, volumosos e muito expressivos. A tradição vitivinícola alentejana remonta à época romana, sendo uma das regiões que, nos últimos anos, mais se destacou pela qualidade dos seus vinhos e pela inovação no método de produção.
Na hora de pensar em harmonizações, este vinho reserva do Alentejo pede pratos substanciais, capazes de equilibrar a sua robustez e profundidade. Carnes vermelhas grelhadas, borrego assado no forno, estufados de caça ou o tradicional ensopado de borrego regional são opções perfeitas. Os queijos de pasta dura, particularmente os de ovelha curados do Alentejo, também realçarão a estrutura e os sabores do vinho.
Para uma melhor apreciação das suas qualidades aromáticas e estruturais, recomendo decantar esta reserva cerca de 30 minutos antes do consumo e servi-la numa temperatura entre 16-18°C. Este é um tinto a descobrir lentamente, ideal para momentos de convívio prolongado à mesa.
