Vinhos Douro REAL COMPANHIA VELHA - MARQUÊS DE SOVERAL GARRAFEIRA - 1978

Opiniões Viniou

A cuvée Marquês de Soveral Garrafeira 1978, da Real Companhia Velha, é um exemplar raro e memorável dos vinhos tintos portugueses de guarda. Produzido a partir de um blend tradicional do Douro, embora o lote exato não seja especificado, muito provavelmente inclui as castas emblemáticas da região como Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca, refletindo o perfil dos vinhos clássicos da casa. O ano de 1978 foi desafiante, marcado por condições meteorológicas irregulares, mas a seleção criteriosa da uva para este Garrafeira permitiu criar um vinho com potencial de longevidade e complexidade única. A vinificação neste estilo envolve fermentação prolongada e estágio alargado em madeira e, posteriormente, em garrafa, permitindo um desenvolvimento aromático nobre e uma estrutura polida com taninos evoluídos.

O Douro é uma das regiões vitivinícolas mais emblemáticas do mundo, reconhecida como Património Mundial pela UNESCO. O seu microclima, fortemente condicionado pelo rio Douro e pelas vertentes íngremes de xisto, proporciona amplitudes térmicas e solos pobres que favorecem maturações lentas e concentradas. Os vinhos aqui produzidos, tanto tintos quanto generosos, refletem esta riqueza natural e o saber-fazer centenário das casas tradicionais como a Real Companhia Velha, fundada em 1756 e uma das mais antigas empresas vinícolas em atividade.

Para harmonizar com este Garrafeira 1978, recomenda-se pratos com texturas e sabores pronunciados, mas elegantes, como pernil de cordeiro assado, cabrito no forno ou mesmo vitela braseada. A cozinha tradicional portuguesa oferece belíssimas opções como arroz de cabidela ou chanfana; também queijos curados de ovelha podem criar um casamento sofisticado.

Ao tratar-se de um vinho raro e envelhecido, aconselha-se decantar com delicadeza para remover eventuais sedimentos e deixar respirar cerca de 30 minutos antes de servir. A temperatura ideal ronda os 17-18°C, revelando toda a complexidade aromática e a finesse na boca. Apreciá-lo é fazer uma verdadeira viagem pela história do Douro e da enologia portuguesa.